As lendas urbanas do Penedo dos anos 60/70

Nos tempos de hoje não se precisa mais das lendas urbanas, o celular enquadrou as crianças em seus quartos ou gaiolas de isolamento.

As lendas urbanas do Penedo dos anos 60/70

Quem não viveu nesse tempo não sabe como eram as histórias do nego d'água, do papafigo e do Caxixi. Mas elas eram reais.

Os pais e mães da quela época temiam pelas mortes por afogamento nas águas barrentas e fortes, com correntezas à vista do rio São Francisco,  e com medo dos seus filhos e filhas tomassem banho nas águas do São Francisco, criaram a lenda do nego d'água, que de repente subia do fundo do rio para pegar as crianças que ali brincavam. Era uma maneira de criar medo nas crianças para evitar o perigo maior.

E o pior era que as crianças das famílias moradoras dos locais mais afastados da beira do rio acreditavam, enquanto que as nascidas às margens do rio da unidade nacional brincavam o dia todo, todo dia na orla ribeirinha.

Outra lenda antiga era a do papafigo. Figura emblemática que percorria as ruas de Penedo nos dias da feira-livre, quando naquela época Penedo fervilhava de gente nas principais ruas do entorno do Pavilhão, e que se dizia pegar, levar e arrancar o fígado das crianças que estavam sozinhas perambulando pelas ruas. Era outra lenda que assustava as crianças cujo medo dos pais era delas se perderem em meio à multidão na feira.

E por último, e mais recente, a lenda do Caxixi, figura destoante das demais pessoas do Penedo pelo jeito de andar e falar, pronunciar palavras em inglês das quais quase ninguém sabia o significado, sempre de chapéu, óculos escuros e a famosa chave de fenda pendurada à cintura cujo conjunto da obra dava medo só em olhar.

Este morava no bairro do Barro Vermelho – Santa Antônio – e era sempre visto pelas ruas da cidade. Não era uma lenda sem provas. E muito provavelmente por esse diferencial, era o que mais metia medo. Era real, existia e era possível de se ver.

E muitas vezes fez com que a criançada ficasse nos derredores das suas casas com medo ser levado pelo Caxixi.

Lendas do Penedo que não devem ser esquecidas.            

Creditos: Raul Rodrigues